A maior parte dos sem-abrigo sofre de doenças mentais, mas recorre pouco aos médicos porque não se identifica com este problema. Um psiquiatra dinamarquês resolveu abandonar o seu escritório e ir para a rua à procura de quem mais precisa. “As pessoas mais carenciadas têm mais tendência para sofrer de problemas de saúde mental e nestes casos prolongam-se por mais tempo”, avisou Preben Brandt, um dos oradores do ‘workshop’ sobre “Doenças mentais e sem-abrigo” do Fórum de Combate à Pobreza e Exclusão Social, que está a decorrer em Bruxelas. De acordo com vários estudos internacionais citados pelo psiquiatra, entre 30 a 80 por cento dos sem-abrigo da Europa sofrem de doenças mentais. Por isso, há 30 anos, o psiquiatra decidiu ir à procura de quem precisava de ajuda, nas ruas, nos abrigos e nos bairros sociais. “Não foi nada fácil. Eu era um médico treinado para receber doentes no meu consultório e no início não sabia como abordar as pessoas”, recorda. Os estudos revelam que os sem abrigo já tiveram um emprego e até mesmo uma família, mas que não tiveram uma vida “normal”: uns sofreram abusos sexuais quando eram novos, outros vinham de famílias com histórias de alcoolismo e normalmente trata-se de casos pessoais de abandono escolar. O psiquiatra acusou os profissionais de saúde de não tratarem tão bem os indigentes: “Os pobres não são tão bem tratados como as pessoas de classe média”, diz. Na sua associação, Preben Brandt acabou por conhecer muitas histórias de sem-abrigo, como a da mulher que queria muito ter um cão mas achava que não podia. Quando Brandt lhe perguntou por que não tinha, ela disse-lhe que “aquilo não era vida para um cão”. Modificado de: http://bomdia.news352.lu/edito-8804-maioria-dos-sem-abrigo-sofre-de-doencas-mentais.html |
quinta-feira, 10 de março de 2011
Psiquiatra Dinamarquês Voluntário
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário